Kurt Cobain: um dos últimos icones do rock

Escrito por em 5 de abril de 2019

Uma das vozes e personalidades mais marcantes da história do rock, Kurt Cobain, partiu há 25 anos hoje, dia 5, com apenas 27 anos. Em 1994, o vocalista deixou algumas contribuições importantes para o rock, que vinha de uma linha mais técnica e ligada a uma vertente pesada, fazendo um som menos limpo e com mais paixão no segmento que era dominado pelos grupos de heavy metal.

Muitas teorias sobre sua morte foram investigadas desde então, algo – de certa forma – corriqueiro na vida de grandes nomes das artes que partem cedo. No entanto, suicídio ainda é o mais conclusivo e a versão oficial. Cobain, que não chegou a ver o lançamento de um dos álbuns mais emblemáticos do Nirvana, o MTV Unplugged, deixou uma legião de fãs sem rumo. O grupo, durante a vida de Kurt, lançou apenas três discos de estúdio, Bleach (1989), Nevermind (1991) e In Utero (1993), mais 20 singles. Depois da morte do vocalista, outros três álbuns ao vivo foram lançados e diversas coletâneas.

O que ficou para trás

Cobain, com sua morte, deixou para trás sua filha, Frances Bean, que por muitas vezes renegou o trabalho do pai, enquanto milhões de jovens o idolatravam, e a sua mulher, Courtney Love, quem algumas pessoas culpam por alguns dos problemas que o músico passou durante essa fase da vida.  Ainda, de acordo com dados de fã clubes e sites ligados a história do Nirvana, na mesma semana em que Cobain cometeu suicídio, mais de sessenta jovens também se mataram copiando seu ídolo, o que deixa em evidência a forma como sua música se conectava com jovens ao redor do mundo.

 

Kurt Cobain toca guitarra. Ao fundo a arte do disco In utero

 

Histórias e Brasil

Cobain e o Nirvana colecionaram histórias no mundo da música, como na apresentação da MTV, não qual não deveriam tocar seu novo single “Rape me”, mas deram um jeito de colocar a introdução da faixa no início da apresentação, entre tantas outras. Mas, dentre todas as histórias que permearam a carreira do músico de Seattle, algumas que se passaram no Brasil são bem marcantes, como as compartilhadas por João Gordo em sua autobiografia, Viva La Vida Tosca, lançado em 2016. O vocalista do Ratos de Porão conta que acompanhou Kurt, Courtney, e os integrantes do Nirvana por São Paulo, após a apresentação do grupo no Morumbi em 1993 – considerada uma das piores da banda – e comenta sobre o quanto o vocalista do grupo norte-americano consumia cocaína entre outros detalhes do passeio.
Nunca vi alguém cheirar tanto. Vinha aquele prato de ‘tecão’ e ele mandava nas duas narinas. Nunca vi nada igual. Até eu arreguei antes dele“.

Gordo ainda conta que foi culpado, em grande parte, pelo show ruim realizado pelo grupo no Brasil. “O show do Nirvana no Morumbi foi uma bosta. Muita gente, inclusive a banda, achou que aquela foi uma das piores apresentações da carreira do Nirvana. E acho que boa parte disso é culpa minha. Falei tão mal do festival que os caras entraram pra zoar tudo“.

Essas e outras histórias mostram o quão representativa foi a passagem de Kurt pelo cenário do rock, alguém que dizia não se importar com a fama e que, possivelmente, foi um dos últimos rockstars fora dos moldes a alcançar tamanha representatividade e chegar a tantas pessoas ao mesmo tempo. E isso fica ainda mais forte quando se nota a força que o material criado por ele e seus companheiros de banda tem mesmo após tanto tempo.

Assim, ficam as perguntas, como estaria a música se Kurt tivesse conseguido entregar mais outro projeto? Como Kurt iria lidar com a profunda mudança do mercado nesse período pós metade da década de 90. Em todo caso, as especulações se vão e fica a obra que ele deixou em seus 27 anos de vida.


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